Na madrugada de domingo (20), mais uma mulher perdeu a vida em um cenário que se repete de forma brutal e silenciosa em todo o país. Neide Santos Santana, de 41 anos, foi assassinada a tiros pelo companheiro, após uma discussão dentro da própria casa, em Riachão do Jacuípe, interior da Bahia.

Segundo a Polícia Civil, o homem de 51 anos, com quem Neide mantinha um relacionamento conturbado, tentou invadir a residência, mas foi impedido por ela. Em seguida, ele efetuou os disparos e, depois, tentou tirar a própria vida. O suspeito foi socorrido com ferimentos no ouvido, levado inicialmente ao Hospital Municipal de Riachão do Jacuípe e depois transferido para o Hospital Geral Cleriston Andrade em Feira de Santana, onde permanece custodiado sob escolta policial.
Neide morreu no local. O corpo foi encontrado no sofá da casa pelo filho dela, que acionou a polícia. A idade do jovem não foi divulgada.
O caso está sendo investigado como feminicídio, crime que se configura quando a mulher é assassinada por razões ligadas ao gênero — como violência doméstica, menosprezo ou discriminação.
Feminicídio não é caso isolado.
O assassinato de Neide não é um fato isolado. É mais um capítulo doloroso de uma realidade alarmante: no Brasil, uma mulher é vítima de feminicídio a cada 6 horas, segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. A maioria dos crimes acontece dentro de casa e é cometida por parceiros ou ex-parceiros — pessoas em quem essas mulheres, um dia, confiaram.
Em muitos casos, como o de Neide, há um histórico de violência, separações e tentativas anteriores de controle e dominação. E mesmo assim, a rede de proteção falha. A mulher morre. O ciclo se repete.
É preciso romper o silêncio, cobrar respostas e proteger vidas
O combate ao feminicídio exige mais do que indignação pontual. É necessário fortalecer políticas públicas, ampliar os canais de denúncia e garantir proteção efetiva às mulheres em situação de risco. O Estado precisa atuar antes que a tragédia aconteça.
Se você está sofrendo violência ou conhece alguém em situação de perigo, não se cale. Denuncie. Ligue para o 180, o canal nacional de apoio à mulher.
Neide não pode mais pedir ajuda. Mas a história dela precisa ser contada — para que nenhuma outra mulher tenha o mesmo fim.
Portal: Casos de Polícia FSA, informações Sotero Filho e Messias Teles.