Na noite de terça-feira (6), familiares, amigos e alunos de Edmárcio Azevedo de Jesus, de 51 anos, conhecido como China, proprietário de uma academia de musculação, realizaram uma manifestação em frente ao Complexo de Delegacias, no bairro Sobradinho, em Feira de Santana. O protesto foi motivado pelo assassinato de Edmárcio, ocorrido em sua residência, na Avenida Lucilândia, bairro Gabriela, no dia 21 de abril. Revoltados, os manifestantes cobraram justiça das autoridades competentes.

No dia 25 de abril, uma mulher de 30 anos, que trabalha como segurança patrimonial, se apresentou espontaneamente à Delegacia de Homicídios e confessou o assassinato do empresário.
O delegado Gustavo Coutinho, titular da Delegacia de Homicídios (DH), concedeu uma entrevista ao repórter Sotero Filho, do site Casos de Polícia FSA, e revelou detalhes sobre o depoimento da acusada.
A autora alegou que o assassinato foi motivado por ameaças e episódios de violência. Ela relatou que conheceu a vítima quando frequentava sua academia e que os dois se envolveram amorosamente durante o processo de separação dela com o ex-companheiro. Ao tentar encerrar o relacionamento e retomar a antiga relação, passou a ser perseguida e ameaçada por China, que dizia que mataria ela, o companheiro e os filhos.
A mulher afirmou que, no feriado de 21 de abril, marcou um encontro com a vítima para tentar convencê-lo a parar com as ameaças. A pedido dele, ela levou cocaína e também comprimidos de clonazepam, alegando que seriam usados apenas caso ele ficasse violento. No local, ela afirma ter sido agredida e ameaçada com uma arma. Após a vítima ter inalado a substância e adormecido, ela disse que, tomada pelo medo, pegou a arma dele e efetuou os disparos.
Após confessar o homicídio, a suspeita foi ouvida e liberada.
A polícia investiga se houve premeditação. Além da pistola usada no crime, a vítima possuía um revólver calibre .38, que também desapareceu. A suspeita deixou o local levando a arma, o celular e a carteira com documentos da vítima, o que levanta a possibilidade de tentativa de encobrir o crime como latrocínio. Imagens de câmeras de segurança mostram que ela saiu sozinha da residência.
Ouça a entrevista com o delegado Gustavo Coutinho:

A irmã de Edmárcio Azevedo de Jesus, Márcia Aparecida, conversou com o repórter Sotero Filho, do site Casos de Polícia FSA, e fez duras críticas à versão apresentada pela acusada. “Ela deu uma versão que não é verdadeira. Estamos aqui para pedir justiça, porque ela cometeu um crime banal, algo premeditado. Ela se infiltrou na academia dele, se aproximou dele, e de uma hora para outra, aconteceu o que aconteceu. Depois, ela se entregou, mas está livre”, afirmou.
Márcia também questionou as circunstâncias do crime, dizendo que, pelas evidências encontradas no local, acredita que a mulher não tenha agido sozinha. “Pelo que encontramos no local do crime, achamos que ela não agiu sozinha. Lá havia bebidas, um vaso de remédios, e a porta estava aberta, sem sinais de arrombamento. Ela disse que ele usou drogas, mas isso não é verdade, ela o dopou”, completou.
Ouça a entrevista com a família de China:
A família continua exigindo uma investigação mais aprofundada e justiça pela morte de Edmárcio.

Informações: Casos de Polícia FSA / Sotero Filho e Messias Teles