Promessa de um time aguerrido, demonstração de esforço para falar em português, elogios à estrutura da CBF e aos talentos nacionais, além de bom humor para driblar a ansiedade: assim foi a coletiva do técnico Carlo Ancelotti antes de sua estreia no comando da Seleção Brasileira. O confronto acontece nesta quinta-feira (6), às 20h (de Brasília), contra o vice-líder Equador, no estádio Monumental Isidro Romero Carbo, em Guayaquil.
Ainda nos primeiros dias de aulas de português, Ancelotti já surpreendeu ao cumprimentar os jornalistas com um “bom dia” e “boa tarde”. A cordialidade serviu também como forma de lidar com a expectativa natural de comandar pela primeira vez uma seleção nacional — e nada menos que a mais vitoriosa do mundo.
“Estar aqui é algo muito bonito para minha carreira. Treinar uma seleção pela primeira vez, ainda mais a do Brasil, que não é uma seleção qualquer, mas histórica. Tenho grande motivação para fazer o melhor possível e tentar alcançar o objetivo final. Me dá muita confiança o que vejo: os jogadores, a vontade que têm de vestir a camisa amarela”, afirmou o treinador italiano.
Ancelotti torna-se o terceiro técnico estrangeiro a comandar a Seleção Brasileira, após os argentinos Paulo César Carpegiani e Dunga, que também tiveram passagens de destaque, além de Zagallo e Parreira, que possuem ascendência estrangeira, mas foram formados no Brasil. A escolha do experiente treinador italiano, multicampeão na Europa, reflete uma busca da CBF por um estilo de jogo moderno e um comando técnico de alto nível para retomar a hegemonia mundial.
Apesar do pouco tempo para treinamentos, Ancelotti ressaltou a qualidade do elenco convocado e fez questão de destacar nomes como Andrey, Andreas, Estêvão, Matheus Cunha e Vinícius Jr. Para o técnico, o grande desafio será encontrar o equilíbrio entre a criatividade individual dos atletas e a organização coletiva do time.
Nas Eliminatórias da Copa do Mundo 2026, o Brasil ocupa a quarta colocação, posição que ainda não garante classificação direta, com uma campanha sólida, porém marcada por desafios contra adversários cada vez mais competitivos na América do Sul. A partida contra o Equador, vice-líder da competição, é vista como fundamental para reacender a confiança da equipe.
Quando questionado sobre escalação, estilo de jogo e capitão, Ancelotti preferiu manter o suspense. No entanto, indicou que a equipe poderá alternar entre os esquemas táticos 4-4-2 e 4-3-3 conforme o momento da partida. “Já tenho essas definições, mas prefiro passar os detalhes aos jogadores durante a preleção. O que garanto é que o time terá a cara da Seleção: uma equipe que luta, que joga bem futebol. Temos muitos jogadores extraordinários e queremos ver isso em campo”, garantiu.
O treinador também ressaltou o respeito pelo adversário: “O Equador está jogando bem, está organizado, vai ser um grande teste. Precisamos mostrar nossa qualidade, tanto individualmente quanto coletivamente”.
Ancelotti aproveitou para agradecer o acolhimento que tem recebido dos brasileiros e elogiar a estrutura da Confederação Brasileira de Futebol. “Nestes primeiros dias com a equipe e a CBF, percebi que a organização é excelente, não falta nada. Temos tudo o que precisamos, tenho total autonomia do presidente e todas as ferramentas para fazer um bom trabalho”, afirmou.
Mas, apesar de toda a confiança, Ancelotti não escapará da tradicional brincadeira de trote aos estreantes na Seleção Brasileira. Com bom humor, o técnico disse que levará tudo na esportiva, já que gosta de cantar — hobby que pretende usar para enfrentar o ritual. “Sei que vou ter que cantar na frente dos jogadores, não tenho medo. Gosto de música, tenho amigos italianos e espanhóis que cantam. Todo mundo aqui gosta de Alejandro Sanz, Bocelli, que são meus amigos, e vou tentar cantar uma música deles”, brincou.
Assim, entre expectativas e leveza, Carlo Ancelotti inicia sua jornada no comando da Canarinha, prometendo empenho e espetáculo para a torcida brasileira.
Fonte: Giro Esportivo com os Craques da bola, rádio web Sotero e Ascom CBF.
